domingo, 15 de julho de 2007

Elfos dos Ventos, Parte I

Parte I: A Tarvena em Carintash

Em .pdf Elfos dos Ventos: A Salvação, Parte I


Com as montanhas a leste e a cidade murada mais próxima a três dias de viagem a cavalo, aquela taverna era muito bem vinda. Na verdade, sua própria existência no meio de ruínas da cidade de Carintash era um mistério. Lendas dizem que o dono era um mago poderoso antes do Ano das Calamidades, outros falavam de um pacto com um demônio que residia ao norte em um castelo negro. Posso jurar que ambas estão erradas, sai mais de cinco vezes daquela tarvena sem pagar se quer uma moeda. E pretendia faze-lo novamente, só que desta vez acompanhado por uma donzela elfíca.

Desculpe-me, esqueci de mencionar que criei certa... amizade com Lorien, uma amizade um pouco intima demais se entende o que quero lhe dizer, mas ainda não somos tão íntimos para aquilo caro leitor ou leitora, não seja apressado, as coisas não funcionavam assim aqui em Taragon. As coisas por aqui devem ser feitas com calma, ninguém gostaria de gerar um “Meio-Sombra” - criaturas abomináveis sobre as quais nem mesmo gostaria de comentar, acho que podemos comparar aos meios elfos... esses mestiços nojentos, não merecem sangue que tem.

Bom a Época das Sombras já haviam acabado há aproximadamente trinta anos, ou mais não saberia dizer, só sei que mesmo depois deste tempo eu continuava a fugir, pelo menos aqui no mundo físico. Minha tarefa é levar alegria, musica e diversão para todos os lugares. Tudo bem, eu também tenho de garantir que as estradas fossem seguras, mas isso é tão difícil, é muito mais divertido só tocar minha harpa, e não se preocupar com o mundo.

Em um não tão belo dia, dois viajantes chegaram à taverna. Ambos usavam túnicas negras com bordas prateadas, capuzes que lhe cobriam o rosto, e garanthir como armas. Garanthir só podem significar três coisas nessa terra pós caos: assassinos cruéis; clérigos de Aslorg; Drows não convertidos ao caos. Ou seja, os 3 podiam ser verdade ao mesmo tempo, na verdade queria que fossem a segunda opção, mas minhas preces, para mim mesmo, não foram atendidas.

Quando o primeiro viajante retirou o capuz, revelando os cabelos prateados e a pele negra reluzente, o segundo desembainhou a garanthir. O primeiro a reagir foi um halfling que se escondeu atrás de um sofá velho, o velho taverneiro pegou uma besta pesada armada que se encontrava abaixo do balcão. Os outros que estavam perto, não tiveram sorte, acabaram ficando estáticos, pasmo diante da situação.

- Procuramos a Última – falou o primeiro – caso ela apareça nós não teremos que matar mais ninguém.

- Quem seria a última? – perguntou o taverneiro.

- A última sobrevivente da tribo de elfos do sul – retrucou sorrindo – a última da sobrevivente dos Elfos dos Ventos.

- Isso é uma bobagem – sorri enquanto caminhava até os assassinos – eles estão todos mortos, confiem nesse velho bardo.

- Laucian, você deveria saber que nós, drows, não brincamos – falou o segundo.

Aquela voz, eu a conhecia, era de algum drow que eu já havia encontrado, mas o que realmente me deixou indignado era que ele havia me reconhecido. Eu matinha meu rosto real escondido desde que à era das trevas haviam acabado.

- Você não reconhece aquele que você quase tirou a vida? – falou novamente, enquanto retirava o capuz lentamente.

- Devo dizer que a já ceifei a vida de muitos caro... – falei tentando relembrar o nome de alguém – poderia ser nomeado deus da morte, mas Mertis ficaria muito zangado comigo. E quem acabaria morto seria eu.

- Bom se não se lembra de mim não fará diferença – falou olhando para mim, na verdade não bem olhando, mas sim virando o rosto sem olhos – Deverei dizer que, há trinta anos, que espero por esse momento, um momento de vingança, então...

Que sorte, na verdade pena, ele foi interrompido na metade sua frase pela lamina gélida da elfa. Cabeça para um lado corpo para o outro. E não foi diferente para o outro, que tentava fugir. Lorien tinha feito um bom trabalho.

Ela me agarrou pelo braço e me levou pelos corredores frios até o que seria o seu quarto. Repentinamente me sentiria animado, se não fosse a espada longa que se encontrava, ainda, na mão direita. Meu coração batia forte, na verdade, ele compunha sozinho uma melodia pretensiosa, composta apenas de tambores. Quando a porta se fechou nas minhas costas, meu coração retornara ao ritmo normal, sabia que algo ia acontecer. Será que era verdade que elfas ficavam excitadas depois de um banho de sangue? Duvidava muito, mas estava prestes a querer muito descobrir. Foi então que um beijo calou meus pensamentos. E logo voltou quando fui deixado na abismo do esquecimento.

Como se fosse mágica as malas de Lorien estavam arrumadas, e prontas para sair. Houve um debate sofrido – porém rápido - para descobrir de quem era a culpa dos assassinos. E foi ali que escapuliu do preço sobre minha cabeça. Ela não ficou contente por saber que o rei estava pagando trinta mil moedas pela minha cabeça, na verdade eu também não fiquei quando descobri.

Na verdade o grande motivo da preocupação era que a nevasca havia se dissipado e que guardas reais poderiam estar vindo para Carintash. Deveríamos sair logo dali, e foi o que fizemos.

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